Nesta segunda-feira, dia 15, Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunização (PNI), comunicou que o Ministério da Saúde está planejando dar prioridade à imunização contra a dengue para crianças e adolescentes com idades entre 6 e 16 anos. A declaração surgiu após uma reunião dos técnicos da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que discutiram estratégias para a distribuição e administração da vacina contra a dengue em todo o território nacional.

Conforme Gatti explicou aos jornalistas, a decisão de priorizar a imunização nessa faixa etária está alinhada com uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Ministério da Saúde agora precisa determinar qual subgrupo dentro desse intervalo de idade será considerado prioritário com base em discussões sobre quem dentro desse grupo apresenta maior índice de hospitalização. Ele enfatizou que não serão consideradas outras faixas etárias além dessa.

A vacina contra a dengue, conhecida como Qdenga, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023, tornando o Brasil o primeiro país a disponibilizá-la no sistema público universal. No entanto, devido à sua produção limitada, a vacina requer duas doses para garantir proteção total. O laboratório japonês Takeda Pharma é responsável pelo desenvolvimento do imunizante.

O laboratório estima a entrega de 5,082 milhões de doses ao longo de 2024, entre fevereiro e novembro. Como a aplicação é em duas doses, apenas até 3 milhões de pessoas poderão ser vacinadas. A distribuição será direcionada a públicos e regiões prioritárias devido à limitação da quantidade de doses disponíveis.

O debate em torno da vacina contra a dengue surge em meio às projeções de aumento de casos da doença no início do ano, devido à combinação de calor e chuva, e ao recente ressurgimento do sorotipo 3 do vírus no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, ao longo de 2023, foram notificados 1.658.816 casos de dengue, resultando em 1.094 óbitos.