O prefeito de Potiretama, no Ceará, Luan Dantas Felix (PP), foi preso nesta quinta-feira (3) durante uma operação da Polícia Civil. Ele é investigado por suposta ligação com uma facção criminosa e por ser o possível mandante de um incêndio, segundo a decisão judicial. A defesa afirma que não teve acesso completo aos autos e questiona a legalidade da prisão, argumentando que as acusações se baseiam em declarações frágeis de um opositor político.

A ação mirou também secretários, ex-gestores e empresários ligados a um posto de combustíveis. Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, que resultaram na coleta de celulares, documentos e computadores para subsidiar as investigações.

As apurações apontam que o prefeito seria um dos fundadores do posto contratado pela prefeitura para abastecimento da frota municipal. Após assumir o cargo, ele teria simulado sua saída da empresa, mas continuado a controlá-la indiretamente. A partir de 2021, os gastos com combustíveis praticamente dobraram, mesmo sem crescimento da frota, levantando suspeitas de superfaturamento nos contratos.

Entre 2017 e 2020, foram gastos pouco mais de R$ 4,1 milhões com combustíveis. Já entre 2021 e fevereiro de 2024, esse valor subiu para mais de R$ 8,2 milhões — um aumento superior a 100%. Além disso, a fiscalização da prestação de serviços pela empresa contratada estaria sendo feita de forma ineficiente, segundo a Procap. O caso segue sob investigação e corre em segredo de Justiça.